Prison of Oblivion
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Mensagem por Mikka Iwan Wlodek Ter Jul 14, 2015 9:23 pm

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Local: Cela 3;
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Conteúdo: Livre;
Tempo: Noite, Quarta-feira.
Clima: Frio, aproximadamente 10ºC. Noite limpa, céu estrelado;
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Última edição por Mikka Iwan Wlodek em Sáb Ago 01, 2015 7:57 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Tess Wawrzyniec Ter Jul 14, 2015 10:40 pm

a knife

twists

at the thought

Mesmo vestindo uma camiseta e estando com o cobertor felpudo e áspero por sobre os ombros, o frio metálico da parede ao qual estou encostada gela meu corpo. Meus dedos finos e aparentemente delicados tremem levemente e os pelos de meus braços expostos estão completamente arrepiados, demonstrando o quão gélida é a temperatura desse pequeno, apertado e malcheiroso cubículo de metal que chamam de “cabine de isolamento”. Com as pernas apertadas contra o peito e o queixo pousado no topo de meus joelhos, pisco fortemente e tento pensar com clareza. O efeito da injeção cujo conteúdo desconhecido fizera-me alucinar entre a realidade e um mundo que só existe em minha mente ainda deixa meu raciocínio lento e atrapalha as funções motoras, dificultando-as, apesar de já fazerem pelo menos oito dias que eu encontro-me confinada nesse pedaço do inferno — ou seja, pelo menos oito dias desde que a injeção fora tomada. Seus efeitos são mesmo fortes pois continuam em meu organismo atuando contra mim mesma. A complexidade que fora levantar-me para trocar o chão pelo colchão fino e malcheiroso em busca de um ilusório conforto que nunca terei — pelo menos não aqui — era indescritível, comprovando que o nível de medicação que aplicaram em mim poderiam até mesmo matar. E quem dera se o tivesse feito. Mas parece que há uma espécie de cina em mim: estou fadada a vida. Seja quais forem as circunstâncias e os fatos, eu vou viver.

Que ótimo.

Meus olhos fecham-se lentamente enquanto a respiração fica funda e pesada. Meus pulmões ainda doem, mas a dor vai dissipando-se ao passar dos dias. Quer dizer, suponho que sejam dias, pois podem ser muito bem meses ou poucas horas. Minha noção de tempo, que nunca foi muito boa, não consegue perceber nada durante o período que sucede minha prisão. Não há janelas e tampouco a possibilidade de eu conseguir um relógio — já que em minha ficha deixaram claro que minha criatividade singular poderia muito bem ser usada contra qualquer um, o que me acarretou a exclusão e banimento da sociedade dos banidos; o fundo do fundo do poço, como eu chamo — e sou obrigada a admitir que o que mais me incomoda não é o confinamento ou o fato de saber que provavelmente morrerei pelas mãos daquela gente de um modo tão cruel quanto o que matei várias pessoas, mas sim a sensação de que o tempo parou ao meu redor. Perdida — é assim que me sinto. Não saber que dia é, que horas são ou até mesmo se é manhã ou noite são uma tortura muito maior do que as ameaças vazias que fizeram-me em um dos talvez onze, talvez doze, interrogatórios ao qual passei. Me sinto inútil, burra e sem norte. O que, de fato, estou.

Deito-me, encolhida, sentindo o sono aproximar-se lentamente. A única coisa que faço, nesse lugar, é dormir. Afinal, outra opção eu tenho? Não vou fazer traços na parede pois (1) não tenha objetos cortantes por motivos bastante óbvios e (2) minhas unhas roídas não servem nem para coçar uma ferida e (3) também porque não vejo sentido nisso, além de saber que (4) só me deixará mais agoniada do que já estou. Sendo assim, ou eu posso pensar — o que não é muito recomendado se não quiser perder o pouco de sanidade que me resta — ou posso dormir; e, sinceramente, a segunda opção é a mais saudável e atraente. Puxando o cobertor mais para cima do corpo, encolho-me a ponto de ficar do tamanho de uma criança pequena de pé. Minha mente tumultuada começa a parar e diminuir o ritmo para que os sonhos — e pesadelos, que são mais presentes e óbvios — possam tomar seu lugar.

Contudo, antes que eu possa entregar-me aos efeitos pacíficos do sono, ouço passos. Meus olhos se abrem e coloco-me sentada tão rapidamente quanto os Sentry — dois — entram na minha cela. Ambos os homens — pelo menos três vezes maiores que eu — parecem loucos para darem uns tapas em alguém e o alvo óbvio pareço ser eu. Estremeço. Já levei alguns tapas deles e definitivamente não quero repetir a dose. Os homens são moreno e loiro, respectivamente, sendo que o segundo tem uma cicatriz estranha nos lábios que corta-os ao meio. Eles me encaram sem falar nada, talvez tentando impor medo ou respeito — a segunda opção sendo, como sempre, a menos provável. Começo a repassar minhas lembranças recentes. Eu havia dito tudo que sabia no último interrogatório. Estou condenada ao isolamento. Não posso sair, então hora de pegar um sol certamente não é. O que é, então, isso? Estão aqui por quê?

Wawrzyniec. — O tom do guarda loiro é duro e áspero como o meu cobertor velho e surrado. — Levante-se e venha conosco. — Com uma sobrancelha erguida, fico de pé pronta para qualquer reação deles. O moreno pôs a mão em meu ombro ossudo e começa a guiar-me para fora do corredor conhecido como "isolamento de segurança máxima", o lar daqueles que são uma real ameaça para o bem estar da sociedade e dos próprios presos. — ...apresentou bom comportamento. Ou seja: ganha a recompensa de sair do cu de Oblivion. — O loiro, que anda mais a frente, ri da suposta piada do moreno. Reviro os olhos. Patético. — Você ganhou direito a dividir uma cela normal, contudo não menos fedorenta, com outra pessoa igualmente doida e também fedorenta. Estamos levando-a para lá agora mesmo. — Sua explicação termina por ali. Palavras surgem em minha mente, formando perguntas e respostas, mas não externo-as — apenas sigo andando e sendo guiada por eles.

O corredor das celas normais não demora a fazer-se presente. A aparência das celas não é muito diferente — a janela era a diferença mais gritante e notável. Lá fora, uma noite limpa e estrelada ajuda a compôr o céu. A brisa que entra pelas frestas pequenas é tão fria quanto a parede do confinamento que outrora estivera. — É aqui. Seu amiguinho de cela deve estar fazendo uma visita ao banheiro, mas não deve demorar a voltar. — Diz o loiro, por fim, gesticulando em direção a uma cela igual a todas as outras. Assinto, entrando na cela e examinando-a minuciosamente com olhos rápidos. Não consigo deixar de fitar a janela quase que encantada. Finalmente sei o que está acontecendo! — Tente não estragar tudo, aberração. — O moreno diz, antes de saírem rindo como se aquela fosse a piada mais engraçada do mundo. Sou rodeada pelo silêncio, mas não absoluto ou morto, como o que desfrutara momentos antes. Não, é um silêncio bom. É um silêncio pessoal, uma vez que é possívle ouvir sons emitidos nas celas ao lado. Por exemplo, há algumas celas de distância, duas pessoas fazem sexo — os corpos se chocando criam um som impossível de se confundir. E, logo ao lado, há uma conversa. E, mesmo com todos os problemas do mundo, é quase impossível evitar que um esboço de sorriso aparecesse no canto dos meus lábios secos.

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Última edição por Tess Wawrzyniec em Sáb Jul 18, 2015 8:59 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Mikka Iwan Wlodek Ter Jul 14, 2015 11:15 pm




A Good Man Goes to War


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Já havia se passado do toque de recolher há muito tempo, mas francamente aquele era um detalhe não muito relevante para o que eu estava fazendo - igualmente ilegal - naquele momento. Sim, de fato a coisa menos esperta a se fazer dentro de um lugar em que já estava sendo mantido em cativeiro era dar razão para que minha pena fosse maior, mas meus fins - ou pelo menos o que eu tentava alcançar - parecia ser simplesmente muito mais importante do que qualquer mês a mais ou a menos dentro daquele lugar: Eu tinha que (1) encontrar Möa e garantir que estava em segurança e (2) dar um jeito de dar o fora dali.

Eu estava na Oblivion há pouco tempo, mas havia sido tempo suficiente para saber que existiam dois tipos de pessoa ali dentro: Os que haviam se conformado com a vida que levavam e que haviam decidido fazer dela o menos miserável possível - coisa que fazia sentido dentro de certo limite - e também os que haviam decidido se rebelar, causar problemas e fazer da vida ainda mais miserável e sofrida do que já estava lhe sendo proporcionado. Esse segundo tipo de gente era o que me fazia duvidar da sanidade humana e me perguntar por que diabos pessoas decidiriam agir daquela forma. Mas eu não era um psicólogo, muito menos tinha QI suficiente para explicar sequer o princípio do sentido da mente humana. Eu gostava de pensar que me enquadrava em um terceiro tipo de pessoa: Os que não perdiam tempo se conformando e lamentando, mas sim os que tentavam pensar em uma real forma de sair daquele lugar. O tipo de pessoa que não se contentava com a vida na Oblivion, mas que não estava assustada o suficiente para não fazer nada.

Eu nunca fui o mestre das estratégias e sempre fui mais de agir do que de pensar, mas eu estava sinceramente me esforçando para fazer um mapa mental da prisão que mais se assemelhava a um labirinto para mim. Saber me localizar dentro da Oblivion era o passo de bebê que eu precisava para elaborar um plano decente, mas mesmo esse pequeno movimento inicial parecia impossível. Era como se eu participasse de um jogo de videogame em que a primeira fase já era um pesadelo completo e eu sequer sabia o que esperar do chefão. Eu havia saído naquela noite em especial para encontrar Möa que havia desaparecido desde que havíamos chegado na prisão, e havia perdido o sono pensando que talvez ela pudesse sequer estar mais viva. Eu precisava me certificar de que tudo estava bem, mas os Sentry continuavam a fazer questão que minha vida fosse uma total desgraça dentro daquele lugar. Ninguém me dava informações e quando eu corria atrás de algumas, eles faziam tudo para impedir. A frustração apenas crescia dentro de mim.

Eu havia acabado de despistar os passos quando cruzei o corredor, mas genialmente não conhecendo a estrutura da Oblivion, acabei dando de cara com as celas novamente. A menina loira que eu havia conhecido há algum tempo na estufa havia me dito que talvez Möa estivesse em uma das primeiras celas e foi por lá que comecei minha procura - mas sequer preciso começar a narrar para dizer que não foi bem sucedida.

O primeiro Sentry que me viu tinha cabelos loiros e estava acompanhado de um moreno. Eu havia despistado outros dois há poucas horas atrás e não sabia se estava pronto para a minha segunda maratona, mas duvidar do meu condicionamento físico naquele momento não era uma opção. Dei as costas para os dois homens e - como se minha vida dependesse disso - mandei meus pés trabalharem, tirando-me do lugar e disparando a toda velocidade ao outro lado do corredor. Eu não consegui entender muito bem o que os homens gritaram atrás de mim, mas sabia que eles estavam pedindo reforços. Todos os presos deveriam estar dentro das suas celas, mas eu havia feito de mim uma exceção a regra nos últimos dias, resultando - é claro - em alguns socos e chutes de Sentrys que eu poderia ter evitado.

Meu coração batia forte, eu sentia a adrenalina correndo em meu sangue e logo minhas pernas queimavam assim como meus pulmões. Minha respiração ficou alta antes dos primeiros quinhentos metros percorridos e os passos atrás de mim pareciam ganhar altura. O suor começou a escorrer em minha testa e me odiei por ter negado àquelas aulas de bicicleta na academia inglesa quando Möa havia me oferecido. Eu estava fora de forma, muito mais fora de forma que os Sentrys e os restos de queimaduras em meu corpo não ajudavam com o processo.

Eu pensei que havia conseguido escapar quando virei o corredor e dei de cara com uma larga e alta parede gélida de pedra. Parei de correr, evitando bater de frente e me virei para trás ao procurar por outro caminho, me encontrando encurralado como um rato com a aproximação dos dois Sentrys que antes me perseguiam. Ergui as mãos em rendição, ainda ofegante e abri um sorriso sarcástico, tentando ao máximo soar inocente.

-Eu precisava mesmo ir ao banheiro. Acho que errei o corredor e...

Eu sequer consegui terminar a fala quando a mão de um Sentry voou contra meu rosto, me dando um soco que por um momento me desequilibrou. O outro correu, prendendo minhas mãos e antes que eu pudesse perceber, estava sendo usado de saco de pancadas. Era engraçado pensar no bom e velho "segura que eu bato", mas no momento em que os punhos do Sentry loiro começaram a atingir meu estômago, a graça da situação se esvaiu por completo. O impacto ardia em meus órgãos e a dor subia por meu corpo como ondas quentes. Eu estava sem reação, eu sabia que se reagisse poderia ser muito pior.

-Existem pessoas que não aprendem, ou são naturalmente burras.

Um dos homens reclamou, antes que os dois passassem a me arrastar pelos corredores já vazios. O silêncio era quase impossível naquele lugar, os sons eram dos mais diversos dentro de todas as celas, mas o caminho estava livre enquanto eu via um pouco do meu sangue pingando por onde passávamos. Eu ia acabar virando melhor amigo do nurse se continuasse a agir daquela forma. O barulho metálico soou quando a cela foi aberta e então meu corpo foi atirado contra o chão, novamente trazendo uma onda de dor antes que ela fosse completada por um chute na costela que me tirou o ar. Apertei a área atingida com a mão, olhando de forma irritada para o Sentry que fechava a cela, separando-nos apenas pela fina barra.

[i]-Tem sorte de ter encontrado duas pessoas bondosas. Se não se comportar, vai acabar indo para onde essa veio. Parabéns, você tem um novo animalzinho para lhe fazer companhia. Tentem não fazer muita bagunça.[/b]

Franzi a testa um tanto curioso com o que o homem havia dito antes de se retirar, tirando um tempo para tentar regular minha respiração e os batimentos cardíacos. Minha camisa nova - dada pelo nurse - estava suja de um pouco de sangue e eu conseguia sentir o líquido vermelho se misturando com meu suor. Soltei um suspiro, me sentando de forma dolorida sobre o chão e apoiando os braços sobre os joelhos, apoiando a cabeça contra as grades e respirando fundo. Eu havia sido pego de novo, falhado na mesma etapa em que todas as vezes. Parecia um maldito ciclo vicioso.

Eu só me dei conta de que não estava sozinho quando a menina finalmente se moveu no canto da sala. Meus olhos se viraram curiosos ao corpo da garota que olhava a cena em curiosidade, chamando por minha atenção. Agora as palavras do Sentry haviam feito sentido, eu tinha uma nova colega de cela. Forcei abrir um sorriso para ela, sentindo um leve gosto metálico em minha boca.

-Desculpe pelas boas-vindas. Eles geralmente são mais legais. -Comentei em tom brincalhão, mesmo com a voz um pouco alterada por conta das agressões que havia acabado de sofrer. Ergui a mão para a garota em cumprimento, soltando um grunhido pela dor na costela. -Sou Mikka.

Tentei não soar decepcionado ao ver que ela não era Möa já que eu tinha a esperança de dividir a cela com a loira. Eu ainda estava preocupado em encontra-la, mas até o amanhecer não havia muito o que eu pudesse fazer. Eu estava ali preso com minha nova coleguinha e o mínimo que eu poderia fazer era passar o tempo. Tirei um segundo para analisar a garota diante de mim, minha nova companheira de inferno.

Ela não me parecia grandes coisas, tinha as pernas muito finas, era muito magra e sua pele era pálida, como se nunca tivesse visto a luz do sol antes. Seus cabelos eram lisos, não tinham volume e seus olhos pareciam tristes, mais solitários do que os de quem estavam na Oblivion desde o nascimento. Ela me parecia ser frágil, seu rosto tinha traços delicados e - se eu a visse na rua, provavelmente pensaria que ela era uma garotinha qualquer. Eu não conseguia imaginar o que havia a trazido até aquele lugar e como havia chegado ali, sob quais delitos. Ergui uma sobrancelha, sentindo a curiosidade e o interesse tomar conta de mim. Ela estava ali há quanto tempo? Quem era? De certa forma, ter uma companhia foi algo positivo para mim. Eu não gostava de ficar sozinho e aquela garota parecia um pouco mais convidativa a socialização do que os outros detentos que havia conhecido. Olhei para a menina em meu melhor tom simpático, erguendo uma sobrancelha por fim.

-Acho que vamos passar um tempo juntos até o sol nascer. A não ser que queira dormir, você parece cansada. -Parei por um momento, me perguntando se ela poderia tomar aquele comentário como uma crítica. Dei de ombros por fim. -Então... Como veio parar aqui?

Mandei a pergunta que não quis calar, olhando para ela em tom curioso, deixando a cela apenas ao som de nossas respirações e os barulhos externos.


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Mensagem por Tess Wawrzyniec Qua Jul 15, 2015 10:51 pm

a knife

twists

at the thought

A paz recém conquistada não dura tanto quanto eu desejava. Afinal, como dizem, o que vem fácil também vai com facilidade semelhante ou até maior. Vozes vem do corredor e, pelo timbre autoritário e até mesmo um pouco abusado, só pode ser de Sentrys. Pelas suas frases, contudo, é possível identificar que não estão sozinhos: um provável prisioneiro vem sendo arrastado a alguns metros. Sou capaz de ouvir alguém se debatendo e sentenças carregadas de uma ironia singular de uma alma rebelde que provavelmente busca pela sua "tão merecida" liberdade. Admirável — se não completamente estúpido. Encolho-me o suficiente para ficar imperceptível a qualquer um que não tenha ótimos olhos quando ouço minha nova cela ser aberta abruptamente. Até ali, tudo segue como o esperado — o que sai do protocolo mental que eu criara há poucos segundos é o garoto rudemente atirado para dentro do cubículo fedorento de metal.

Quieta, observo a cena com atenção. Os Sentrys, claro, não perdem a chance de debocharem da situação do garoto antes de saírem e voltarem as suas tarefas cotidianas — que eu sinceramente não sei quais são, mas não vêm ao caso. O recém chegado, que aparenta não ter notado a minha presença, resmunga coisas — palavrões em polonês que eu facilmente identifico — enquanto se limpa do jeito que pode. — Está tudo bem? — Questiono, anunciando, com essa frase, minha existência e presença. O garoto sorri e fala algo sobre boas-vindas, o que me faz pensar que talvez alguns realmente comemorem a chegada de um novo colega. Mas então percebo que suas frases são carregadas de uma ironia pura que há muito não ouço. A sombra de um sorriso forma-se em meus lábios. Grande o suficiente para ser identificado como um sorriso e pequeno demais para chamar atenção. — Teresa Wawrzyniec. — Apresento-me, hesitando um pouco antes de pegar na mão do loiro. Mikka — como apresenta-se — parece de uma despreocupação fora do normal. Quase que insana, eu diria. Seu sorriso é leve e seus movimentos são tão espontâneos que nem parece que ele tinha sido arremessado para dentro da cela alguns segundos antes. Instantaneamente, posso dizer que gostei dele.

Não, acho que não quero dormir. — "faz tempo que não vejo o sol", completo mentalmente, dando uma olhadela rápida em direção à janela. Caralho, Teresa, que melancolia. A pergunta que é feita a seguir faz com que meu sangue gele consideravelmente. É o tipo de pergunta que quero evitar a todo custo. Duvido — e muito — que qualquer um queira dividir qualquer espaço comigo sabendo o que me trouxe aqui. Uma parte minha tem total consciência de que os atos incriminatórios que constam em minha ficha são dignos de repúdio, mas como explicar que, no momento, parecera o certo? — É complicado. E, de qualquer forma, não sei se você acreditaria em mim. — Dou de ombros, tentando aparentar tranquilidade. E espero que a mordida do meu lábio tenha sido discreta, uma vez que ela entregaria todo o jogo. Eu sei que provavelmente não terei amigos por aqui, mas não quero afastar todos que se aproximem logo de cara. Tentando ignorar a apreensão que cresce aos poucos, escoro-me na parede e escorrego por ela até estar sentada no chão. Fito Mikka por alguns instantes, notando que ele faz o mesmo comigo, como se me examinando. Um silêncio constrangedor toma o local, e por algum motivo, as regras de cortesia que um dia me foram ensinadas aparecem de supetão em minha mente. Pigarreio. — Mas... e você? — Pergunto, erguendo uma sobrancelha. Minhas pernas se cruzam em borboleta e apoio as palmas no joelho. — Aliás... isso é sangue?

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Última edição por Tess Wawrzyniec em Sáb Jul 18, 2015 9:27 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Mikka Iwan Wlodek Sex Jul 17, 2015 7:13 pm




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Então Teresa era o seu nome. Analisei a menina por um momento conforme a escutava dizer algumas coisas e escapar das perguntas que eu jogava sobre ela. Eu sabia absolutamente nada sobre a garota, além do que era obvio por sua aparência, ela poderia ser um alienígena e eu não saberia disso. Quando perguntei a razão de ela ter vindo para a Oblivion, Teresa fugiu da pergunta, alegando que eu provavelmente não acreditaria nela. Ela parecia sem jeito, por mais que parecesse tentar se esforçar para manter um diálogo comigo e já considerei isso como pontos positivos. Pelo menos tentando ela estava. Um sorriso divertido se abriu em meus lábios, logo sendo substituído por uma careta ao ouvir o comentário dela. Sobre meu lábio superior havia sido aberto um corte por conta dos socos que havia levado, mas pelo menos ele havia parado de sangrar. Ou pelo menos eu achava. Toquei o pequeno corte sobre a minha boca, dando de ombros em seguida.

-Sim, mas relaxe, vou sobreviver. -Sorri de canto, olhando para ela em tom interessado. -Estou em luto pelas roupas, apenas. É difícil permanecer limpo por aqui. -Soltei uma risadinha, erguendo uma sobrancelha para a morena. -Além do mais, já passei por coisas piores... -Comentei, apontando para as ataduras em meu braço direito. -E até onde eu sei, vão ficar cicatrizes.

Eu havia conseguido aquelas queimaduras no primeiro "jogo" em que os Sentry me colocaram. Eu havia sido queimado em uma fogueira e isso resultou em queimaduras de terceiro grau por minha perna e braço direito. O nurse que havia me atendido havia feito o seu melhor e me mantido de repouso por quase uma semana, mas havia me certificado de que uma cicatriz ou outra eu acabaria levando para o resto da vida. Não que fosse um real problema. Era apenas um detalhe estético para o qual eu não dava muita bola no momento.

-Por que acha que eu não acreditaria em você, Tess? Posso te chamar assim, não é? -Me certifiquei, ainda permanecendo sentado no chão, no mesmo local em que havia sido jogado pelos Sentrys segundos atrás. -O que você fez foi tão ruim assim ou simplesmente foi fenomenal? Eu sei que existem pessoas que conseguem controlar os poderes inexplicavelmente bem mesmo nunca tendo os treinado de fato. Eu não tenho ideia do que você pode fazer, mas se não está com vontade de dormir tão cedo, então quero que me conte.

Abri um sorriso de canto, tateando meus bolsos para então encontrar o bispo - peça de xadrez - que carregava comigo para todos os cantos. Era uma peça comum de cor branca, mas que tinha significado imenso para mim. Girei o objeto contra meus dedos de forma distraída, me perdendo em meus pensamentos por um momento. Eu não conseguia tirar Möa da cabeça e aquilo estava me matando. Eu, assim como Tess, poderia usar de um pouco de distração.

-Eu vim parar aqui porque assaltei bancos. 2,5 milhões de euros ao todo. -Sorri de canto, olhando para a menina cuidadosamente. Eu ainda tinha o bispo contra os meus dedos e o girava descontraidamente. -Eu tenho a sensação de que vamos ficar juntos por um bom tempo, então eu gostaria de conhecer um pouco sobre você. Mas se você se sentir mais confortável assim, posso começar contando um pouco sobre mim. -Falei em meu melhor tom simpático, encostando as costas contra a cela. -Eu sou Polonês. Eu falo inglês porque fugi para a Inglaterra com uma amiga quando completei 14 anos, depois de apavorar meu vilarejo inteiro ao causar uma ilusão em um garoto. Foi sem querer, mas eles quiseram me mandar pra Oblivion ao saber o que eu era e Möa, essa minha amiga, sendo também como nós, me ajudou a escapar da prisão e então fugimos juntos. Pelo menos ganhamos quatro anos fora desse lugar. -Soltei uma risada divertida, revirando os olhos em seguida. -Seja como for, nós dois éramos adolescentes e o dinheiro que fazíamos mal dava pra comer. Então eu passei a usar dos meus poderes para simular ataques misteriosos a bancos, ou muitas vezes simular normalidade enquanto eu saía dos lugares com sacolas cheias de dinheiro. Nós vivemos bem assim por 4 anos até que os casos chamaram a atenção do pessoal daqui da Oblivion e fomos descobertos. -Completei, sentindo um aperto em meu peito ao me lembrar da minha vida na Inglaterra. Sentia saudades mais do que tudo. -E é por isso que eu estou aqui. Você chegou só agora? Não entendi quando o Sentry disse que "eu iria para onde você veio". Seja como for, eu não pretendo ficar aqui por muito tempo. Eu vou escapar.

Falei decidido, abrindo um sorriso encorajador. Eu não tinha problema algum em falar da minha vida com as pessoas e sobre mim. Agora eu só queria ver como seria quando fosse a vez de Tess de falar.


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Mensagem por Tess Wawrzyniec Sex Jul 17, 2015 10:43 pm

a knife

twists

at the thought

Então quer dizer que só você não toma banho ou várias pessoas desse lugar têm tendência a fugir d'água? — Pergunto a ele com um sorriso que veio mais facilmente do que eu poderia prever. Teresa Wawrzyniec fazendo piadas com um desconhecido — que cena cômica. E inédita, diga-se de passagem. Ouço atentamente o que ele fala, não podendo deixar de encarar o corte em seu lábio superior, só desviando para outro ponto quando um comentário me faz notar algo que não tinha visto até então. Meus olhos sobem pelas ataduras em seu braço e a curiosidade começa a questionar o que havia sido aquilo e como acontecera. Contudo, meus lábios mantem-se fechados e o único gesto que faço é assentir. — Só tente não deixar isso infeccionar. Dizem que fede. E você iria causar um transtorno e tanto. Fora que não sirvo para enfermeira. — Murmuro, estreitando os olhos e rindo baixinho. E quem diria que eu ainda fosse capaz disso, hein? Essa nem mesmo um clarividente poderia prever.

Engulo em seco, ficando um tanto quanto ansiosa com a retomada do assunto que eu já havia deixado claro que não faço questão de debater. — Talvez um pouco dos dois. — Disse, juntando as sobrancelhas ao pensar. Do meu ponto de vista atual, é mais horrível do que fantástico. Mas talvez algumas pessoas julguem demais cometer vários assassinatos sem sequer tocar no corpo dos finados. Ok, talvez isso seja um pouco legal. Mas só do meu ponto de vista. — Só me prometa que não vai pedir um novo companheiro de cela quando souber. — "eu não quero voltar a ficar sozinha". Eu sei que essa promessa não pode, de fato, ser feita, uma vez que cumpri-la talvez seja impossível dadas as circunstâncias. Mordisco lábio inferior, pensando em como descrever o que ele questionara de um modo que não tão... real? Seco? Cru? Horrível? Isso. — É meio estranho, na verdade. — Admito, escolhendo palavra por palavra.

Enrolo a barra de minha camisa, tentando conter o nervosismo antes de me confessar com o desconhecido curioso. As palavras parecem entalar em minha garganta e o pouco de confiança que eu fingia ter há três segundos some. — Eu matei algumas pessoas. — Falo tão rápido que soa como uma palavra só. Algo estranho acontece, então. É como se um grande peso tivesse sido retirado das minhas costas ao pronunciar isso. O alívio é enorme. — Eu tenho uma habilidade meio estranha. — Libero a mão que até pouco enrolava minha roupa e levo-a até meu próprio braço. — Não se assuste. — Peço. E, por fim, faço a coisa mais esquisita do mundo: me belisco. Mikka instantaneamente pula, sentindo o efeito do beliscão em sua própria pele. — Desculpe. Espero que não tenha doído. — Digo, encolhendo os ombros e depois fitando-o. — Digamos que eu sou como uma boneca de voodoo humana. — Explico, preocupada com o que ele achará. Sua expressão está impossível de se interpretar, o que me deixa aflita. De alguma forma, eu me preocupo com o que ele pode achar, o que é bem estranho. Consigo notá-lo me encarando e provavelmente assimilando aquilo. Sinto-me ligeiramente mal, como se fosse um monstro terrível. O que, na realidade, não deixo de ser. — Por favor, pare de me olhar com essa cara, como se eu fosse uma doida. — E ele para. Quase que instantaneamente.

E tão rapidamente que quase não consigo acompanhar, ele começa a responder minha pergunta anterior, descrevendo toda a sua história de modo resumido. Não consigo evitar que meu queixo caia quando ele fala do dinheiro que roubou e descreve seus poderes. Quando ele termina, novas perguntas surgem antes mesmo que eu possa fazer alguma. — Cheguei aqui faz uns dias. Ou poucos meses. Eu não sei dizer com precisão. — O tempo no isolamento foi incontável. Como eu posso saber o tempo que estou ali se nem os clichês riscos na parede não fiz? Sou realmente uma péssima presa. — Eu estava em isolamento. — Respondo. — Lá é meio chato. Tente não ir pra lá. Fora que fede mais que aqui. — Tento fazer piada, mas o sorriso amarelo apaga-a completamente. Suspiro, determinada a sair daquele assunto que sempre parece levar a um beco sem saída. — Mas me diga, como pretende fugir? Para onde irá?

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Última edição por Tess Wawrzyniec em Sáb Jul 18, 2015 9:33 pm, editado 1 vez(es)
Tess Wawrzyniec
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Prisoner
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Mensagem por Mikka Iwan Wlodek Sex Jul 17, 2015 11:06 pm




A Good Man Goes to War


i'm not just waiting
i’m walking to find you
Uma risada divertida escapou dos meus lábios quando escutei o comentário de Tess, que acabou saindo muito mais brincalhão do que um dia eu poderia ouvir. Ela parecia ser recatada, tímida, anti-social, mas por um momento ela pareceu realmente estar interessada a conversar comigo e ainda melhor: Disposta a fazê-lo. Um sorriso de canto se abriu em meu rosto conforme eu pensava que talvez fosse legal tê-la ali comigo como parceira de cela. Aquela forma com que ela passava uma imagem de delicada, como se pudesse quebrar a qualquer momento me dava uma espécie de simpatia por ela. Era como se eu tivesse a necessidade de não deixar que nada acontecesse com aquela garota sem mesmo a conhecer.

-Eu costumo tomar banhos, prometo. Cheiro ruim não vai ser por culpa minha aqui dentro dessa cela. -Comentei em tom bem humorado, dando de ombros em seguida. -O problema são as roupas. Eu tomei banho há pouco tempo e já estou sujo de sangue e poeira. Os Sentry se divertem com esse tipo de atividade.

Novamente uma expressão de surpresa se abriu em meu rosto quando escutei a frase seguinte que Tess jogou sobre mim. Tive que parar por um momento para analisa-la e rever todas as primeiras impressões que havia tido dela. Novamente a risada escapou dos meus lados e apenas assenti com o escutei. Bem... OK.

-Uau, muito obrigado por se preocupar se eu morreria de febre, infecção ou qualquer outra coisa antes de se preocupar com o cheiro disso. -Ri novamente, deixando a ironia clara em minha voz, mas mais puxada para um tom brincalhão. -Não confiaria em você como enfermeira. -Ergui uma sobrancelha por fim, usando o mesmo tom de brincadeira que Tess usava há segundos atrás. -Você é uma prisioneira, não posso confiar em você.

Era uma ironia, é claro, quando eu também era um prisioneiro. Eu queria saber o que havia levado Tess a parar na Oblivion e o que poderia ser que ela tinha feito de tão ruim que não queria me contar. Todos que estavam ali tinham tido alguma infração, então não era de se imaginar que alguém ficaria tímido em contar sobre a sua. Mas ela estava e isso foi um tanto preocupante. Quando ela abriu a boca, senti meu corpo congelar. "Algumas pessoas", ela havia dito. Eu entendia que eu poderia ter matado Iwan na noite em que o fiz alucinar, mas aquilo teria sido um acidente e um apenas. Agora, matar por acidente mais de uma vez me parecia simplesmente fantasioso demais. Então talvez não fossem acidentes.

Tess comentou sobre sua habilidade e pediu para que eu não me assustasse, causando confusão momentânea. Ergui uma sobrancelha, observando confuso enquanto ela beliscava o próprio braço, me surpreendendo o sentir a dor de um beliscão em minha pele, fazendo com que eu pulasse mais pelo susto do que pela real dor. Em minha face o choque se expressou e eu apenas a encarei em silêncio, tentando entender. Então ela era uma "boneca voodoo". Aquilo era assustador e maravilhoso ao mesmo tempo. Talvez Tess não fosse tão frágil quanto eu pensei que era, talvez fosse muito pelo contrário. Me recuperei do meu choque apenas quando a garota chamou por minha atenção, pedindo para que eu parasse de encará-la.

-Desculpe. -Respondi imediatamente, me colocando de pé e caminhando até minha cama. Me sentei sobre o colchão, observando a menina agora com um pouco mais de proximidade enquanto ela me contava sobre os seus dias no isolamento. Estremeci. -Hm... Se prometer não usar seus poderes voodoo em mim, prometo não trocar de parceira de cela. -Abri um sorriso de canto. -Há quanto tempo você está presa dentro daquele cubo, digo... Quando foi a última vez que viu a luz do sol?

A curiosidade era clara em minha voz, por mais que eu tentasse não parecer tão surpreso com o que ela havia acabado de me contar. A verdade era que eu imaginava que no isolamento a vida deveria ser muito, mas muito pior. Eu estava feliz de ter uma companheira, mas não conseguia deixar de me sentir um pouco ameaçado por ela. Tess não me parecia uma pessoa ruim, mas também não pensei que ela fosse uma assassina.

-Eu não sei ainda, estou planejando. -Admiti, soltando um suspiro. -Mas eu tenho certeza que aqui não vou ficar. Eu gostaria de voltar para a Inglaterra, mas lá seria o primeiro lugar em que me procurariam, então eu provavelmente vá para um país de terceiro mundo, como o Brasil ou a Argentina. -Abri um sorriso de canto por fim. -Pelo menos lá é quente.

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Mensagem por Tess Wawrzyniec Sex Jul 17, 2015 11:55 pm

a knife

twists

at the thought

Sorrio ao ouvir o que ele diz sobre banho, devolvendo minhas frases com piadas. Seu tom é tão leve e as palavras parecem fluir de modo tão natural que por um segundo eu esqueço que estamos em uma prisão para gente doida que faz coisa estranha. Que pensamento deprimente, aliás. Meus dedos param de enrolar minha blusa e vão para minha perna, onde fazem perninhas que caminham por toda sua extensão. Apesar das péssimas condições desse lugar, de uma coisa não posso reclamar: falta de medicação. Na realidade, às vezes suspeito que dão até mais do que o necessário, porque a ansiedade fica incontrolável em determinados momentos. Ou, talvez, seja apenas a pressão de tentar restabelecer algum laço com alguém depois de meses sem contato real com as pessoas. Respiro fundo, tentando parecer menos desequilibrada do que sou de fato. E, por Deus, como é difícil. — Eu só acredito vendo. Ou melhor, sentindo. Não vou tomar banho contigo para ver. — Ergo as mãos como que pedindo desculpa. — É, as roupas são como panos de chão para os Sentry. Não consigo ver outra explicação para eles nos jogarem tanto no chão.

Prioridades. — Alego, erguendo uma sobrancelha como que desafiando-o a me contradizer. — Mas é brincadeira. Te conheci agora mas não quero que você morra. — Digo, o que pode ter soado meio estranho, mas... somos dois mutantes em uma cela de uma maldita prisão para mutantes. E daí? A situação já é bem estranha, não? O que são palavras perto dela? — Bom, se serve de consolo, eu não confiaria em mim mesma como enfermeira. — E é verdade. Eu nunca fui boa com essas coisas. Na realidade, eu tendo a destruir o que toco, então evito tocar. Parece uma boa saída, pelo menos para mim. Mikka explica a frase anterior e assinto. Não espero que ele confie em mim, de qualquer modo. Se eu fosse ele, com certeza não confiaria. Mas não posso dizer isso. Não posso tornar as coisas mais estranhas. Então, apenas sorrio e devolvo na mesma moeda: — Sendo assim, acho que não posso confiar em você, também. Estamos juntos nessa. — O dedo indicador gesticula em direção a ele, a mim e ao lugar.

É válido dizer que tenho vontade de morrer quando vejo o modo como ele me encara. Os pensamentos que ele provavelmente está tendo fazem com que eu me arrependa de ter aberto a boca, de ter saído do isolamento e de tudo. Mikka é uma pessoa legal, apesar de estar ali, e o modo como me encara me incomoda. Abraço os joelhos, suspirando. — Tudo bem. Eu não esperava outra reação. Só evite me olhar assim enquanto eu estiver falando com você... ou quando estiver no mesmo ambiente que você... ou quando estiver dormindo... quer dizer, sempre. Faz eu me sentir um monstro. — Não que não o seja, mas não há necessidade de deixar isso na cara o tempo todo — literalmente. — E não se preocupe, não vou usar isso em você. — Ele pensar que eu faria isso me incomoda. Talvez eu me importe um pouco com o que ele pensa, mas não sei por quê. — Seria legal se não comentasse isso por aí, também. Sei que ninguém aqui é santo, mas não acho o que eu fiz uma coisa legal, apesar de ter feito. É complicado. — Murmuro, por fim.

Bastante tempo. — Respondo, erguendo o olhar e fitando a janela e as grades que nos seguram nesse pequeno pedaço do inferno. — Não sei quanto tempo eu fiquei no isolamento, mas antes de vir parar aqui umas pessoas me prenderam, também. Quer dizer, eu vivia de modo recluso. Não estava presa como aqui, com grades, mas tinham três pessoas que me vigiavam e coisas do tipo. Eu não saia. — Conto, a voz baixa e rouca. Ainda fito as estrelas. Penso na sua vastidão e na liberdade que significam. Poético e deprimente. — Não lembro direito como é o sol. — Segredo.

Sorrio com a ideia de sair dali. Apesar de ela me assustar um pouco, uma vez que não sei mais viver em sociedade sem ter medo de mim mesma, não deixa de ser boa. — América? — Pergunto. Lembro dos folhetos que meu pai trazia quando viajava e de suas descrições ricas em detalhes. — Brasil deve ser legal. — Digo. — Meu pai dizia que era bonito. — Ênfase no "dizia". — Mas seria legal bolar esse plano logo. Você parece odiar esse lugar. — E realmente parece. Suas palavras rudes deixam claro o desgosto que sente pelo Oblivion e, talvez, até mesmo pelas pessoas que nele estão. — Quer ajuda para planejar algo? — Veja bem, planejar. Eu conheço-o há cinco minutos, então claramente não pretendo ir com ele, mas seria bom ajudá-lo a chegar no objetivo que mira. — Sempre gostei dessas coisas de planejamento, etc. Adorava jogar War quando pequena. — Fico de joelhos e ergo o dedo, desenhando um retângulo torto no chão empoeirado. A própria poeira encarrega-se de marcar o território de meu desenho. — Suponhamos que aqui seja o Oblivion. E aqui... — Faço linhas que representam cada departamento do maldito lugar. Passara por vários na ida e volta do Isolamento e de todos os vários interrogatórios pela qual passei. — ...onde nós estamos. Qual seria a saída mais óbvia, partindo daqui? — Faço um "x" que representa nós dois, ou ele, ou o que quer que ele queira interpretar.

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Mensagem por Mikka Iwan Wlodek Sex Jul 24, 2015 4:55 pm




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Minha sobrancelha se elevou imediatamente quando escutei o comentário de Tess em relação a “apenas acreditar vendo”. Um sorriso bobo se abriu em meu rosto e ela deve ter percebido isso, pois não demorou a corrigir sua fala ao dizer que acreditava “sentindo”. Uma risada divertida escapou dos meus lábios até o momento em que decidi que a timidez da menina não pedia por algum comentário meu que fosse deixa-la ainda mais constrangida, por isso apenas assenti, erguendo as mãos em rendição caso ela resolvesse reclamar de minha reação em relação ao seu comentário.

O sorriso em meu rosto se alargou quando escutei seu comentário sobre prioridades e tudo o que fiz foi assentir. Tess tinha razão, no fim das contas, por mais egoísta que isso soasse. Eu tinha que me acostumar com o fato de que – dentro da Oblivion – era cada um por si e não havia outra forma de ser. No meu caso, era Möa por mim, eu por Möa, mas se limitava a isso. Eu não podia confiar em ninguém ali, nem mesmo na menina pálida e frágil que dividia cela comigo.

Eu me senti totalmente sem graça quando Tess pediu para que eu não a olhasse de forma diferente e isso me desconcentrou. Eu sabia que provavelmente minha expressão era de surpresa ou até mesmo de um leve julgamento, mas algo que dizia que ela via uma reação em mim muito maior do que na verdade foi. O problema não era eu pensar que Tess era um monstro e sim ela pensar isso sobre si mesma. Confuso, mas verdade. Antes que eu pudesse reagir ela já teve medo de como seria e isso indicava a total insegurança. Insegura, isso é o que Tess era.

-Minha boca é um túmulo. –Garanti em relação ao seu pedido de manter sua história em sigilo. -Pode confiar.

Eu não pude deixar de me sentir tocado pela reação que Tess teve quando lhe contei sobre meus planos, ou quando lhe perguntei sobre a luz do sol. Eu sabia como era uma merda ficar na Oblivion, mas não conseguia imaginar como deveria ser uma merda maior ainda ficar em isolamento por tanto tempo, como ela alegava ter ficado. Quando contei dos meus planos de fuga, seus olhos brilharam com tanta intensidade e ambição que não me lembrei quando foi a última vez que vi isso nos olhos de alguém. Eu senti pena dela e me senti sensibilizado por sua reação. Eu queria fazer alguma coisa para ajudar.

Não demorou para que Tess se voluntariasse para me ajudar em meus planos e isso fez com que um sorriso divertido se esboçasse em meu rosto. Eu não sabia se ela realmente fosse ser útil para bolar um – considerando o fato de que ela provavelmente sabia menos sobre a Oblivion do que eu – mas não a privei de sonhar comigo. Quanto mais pessoas envolvidas em minha causa era melhor e ter alguém com o poder de Tess em meu time era algo mais do que usável. Eu não conhecia aquela menina, mas tinha consideração suficiente para me preocupar com a felicidade dela, talvez porque ela dividisse o mesmo espaço que eu e eu não gostasse de energia negativa. Ergui uma sobrancelha a observando esboçar um mapa e então me forcei para lembrar. A segunda saída não tinha uma porta, isso eu havia acabado de aprender.

Eu teria ficado ali conversando com Tess pelo resto da noite, eu teria realmente lhe contado meus planos e até pensado em pedir por sua ajuda, mas o sono estava me tomando e eu não aguentava mais. Eu estava cansado, havia tido um dia longo e tinha que descansar. Me coloquei de pé abrindo um sorriso para ela e então caminhei até o colchão, me jogando sobre ele e sentindo então todo o cansaço pesar em meu corpo. Eu realmente não queria mais ficar acordado. Olhei de canto para ela, soltando um leve suspiro.

-Não vou ser sua melhor companhia Tess, me desculpe, eu preciso dormir. Mas te vejo pela manhã. E todos os dias depois. Boa noite.

Falei em meu melhor tom amigável, virando-me então para a parede e me sentindo confortável por finalmente ter uma companhia comigo, por mais que essa não fosse a Möa. Pensei que fosse ficar acordado por meus pensamentos. Pensei que teria problemas em dormir, mas antes que pudesse me dar conta, meu corpo relaxou e logo fui tomado pelos sonhos mais profundos.

ENCERRADO

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