[RP] KALEIDOSCOPE

kaleidoscope;

Maybe you're right, maybe this is all that I can be, but what if it's you, and it wasn't me? Four weeks ahead, I thought that I should think some more. I'm fucked in the head and my mind is turning into a whore.

Pietro, o cara que considera, no máximo, um bom companheiro de ideias, confirma ser ele. Ander solta os dedos que apertam na borda da mesa de cimento e arrasta a palma no material da vestimenta, sobre as coxas. Sente-se um tanto nervoso  - não pelo cara que está preste a tenta começar uma conversa, mas pelo o assunto da tal conversa. Sente-se um tanto perdido e é esse sentimento que o faz bater na mão de Pietro como forma de ‘hey, nos vemos’. Então, saltar da mesa e caminhar em direção ao rapaz de pele um tanto bronzeada.

 O pátio está cheio e passando pela grama, também passa a ter muitos cheiros. Ander se pergunta pela milésima vez como eles conseguem aquilo. E sempre que passar por ali, ao menos nessas primeiras semanas, irá se perguntar. O garoto nunca experimentou e não sabe se toparia – quer dizer, nunca sentiu a vontade. Portanto, mesmo quando um ruivo o olha e estende um rolinho de papel, ele só balança a cabeça e sorri com os lábios juntos, por simples educação. E então, agora ele sente vontade. Também, agora, tem lembranças novas – ele tenta não pensar nelas e os passos ficam mais velozes em direção ao outro mutante.

Ander pigarreia, o cenho levemente franzido como se em dor – não sente nenhuma, entretanto – e enfia as mãos do bolso da vestimenta. Não olha o outro, mas sabe que um hora terá que fazer. “Com licença.” E a hora é logo depois. “Trotter?” Ele ergue uma sobrancelha sem perceber e inclina levemente o queixo; não tem jeito, acaba encontrando o par de olhos alheios.

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Por que ele se pega surpreso (e um tanto confuso) quando seu nome sai da boca do outro? Afinal, se têm mesmo poderes, é claro que essa informação seria algo fácil – Ander se lembra em seguida e se pega com um 'o' na boca. Ele umedece os lábios e franze o cenho por motivo nenhum; prende o lábio inferior e nega com a cabeça, junto com um mexer de ombros. "Eu esperava que você tivesse a resposta." Diz, enfim. Não quer soar petulante, mas o par de olhos escuros acaba sendo assim enquanto se prendem ao outro par.

O negócio é que ele quem está ali para as perguntas, e não vice-versa. Mas, aparentemente, acabou gerando mais dúvidas. "É. Sou Ander.. Me, hm, me falaram sobre você." O garoto começa. "Loira, alta. Eletrocinese." O garoto morde um tantinho do lábio. Ele decide, então, ser mais direto: "Eu também pego poderes... e mais coisas. Mimetismo Empático?" E apesar de acreditar que aquele é realmente o nome, a pergunta não é retórica. Ele quer realmente uma confirmação. Ou mais para ‘precisa’ e por isso não se atreve a vasculhar mais sobre Trotter: há toda aquela imagem intimidadora que o maior emana. A parte que mais surpreende Ander sobre si mesmo? Ele não está com medo do Clever, porque o medo daquele lugar é maior e suficiente para só lhe importar uma coisa: ter domínio do que ele pode fazer. E usar isso  ao seu favor, claro. Só que, talvez, ele deva sim ser um tanto cauteloso com relação ao outro.

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 “A sorte?” O tom é um pouco debochado. Ele bufa com o típico sorriso sacana, de soslaio. Não consegue ver graça, mas percebe que o mais velho tem humor ou é só uma altíssima autoestima que Ander não esperava. O garoto  passeia o olhar no outro, da cabeça aos pés; aperta os lábios e assente por fazer. Vem lembranças que são de Trotter em sua mente. São confusas e o deixa um tanto aflito – não percebe que os dedos estão apertando o material da roupa.

Também são um tanto conturbadas, vem como se em cortes. Até quanto ele é capaz de ver? Tudo? Ele pode selecionar? E como não fazer que venha de uma vez; que não o afete tanto? – bem, para este caso, provavelmente ele seja o problema. Talvez ele ser um garoto apaixonado por muito seja o motivo de sentir tanto. Ander desvia pela milésima vez dos olhos de Trotter. Dovolnobednymi., o maior fala. “Dovolbedmi... quê?” E Ander também não sabe o quê ele quis dizer com querer algo, pois não é claro que quer? Porém, agora ele conhece Trotter um pouco, ele hesita. “Deixa para lá.” As palavras saem e não significam. Não quer deixar para lá. “Eu... Sabe, foi mal. Incomodar.” E há relutância na hora de recuar para virar-se e voltar para as mesas de cimento, mas ele também não quer que o Clever deixe para lá.

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Ander está realmente surpreso com o modo de pensar de Trotter – e, claro, com o tanto de egocentrismo. Seu poder., o francês ironiza mentalmente. Nota o 'praticamente' bem usado e no momento seguinte pensa sozinho que, provavelmente, o maior achava ser o único. Ander não sabe sente-se mal por arruinar o sentimento de especial ou se lança uma piscadela que diria algo como ‘pois é, baby, isso até eu nascer’. E sinceramente, prefere o primeiro, pois no momento deseja não ter nascido.

Entretanto, algumas coisas boas acontecem. Às vezes; pequenas. Os dedos ao redor de seu braço o fez abrir um tanto mais os olhos e ele para no lugar um tanto assustado, de fato.  A língua umedece os lábios e o inferior é preso pelos dentes. Há um sorriso de canto, discreto. Funcionou, muito bom., alguma voz diz em sua mente e esta que o faz logo  disfarçar a feição. Ander assente e não quer mais o aperto em seu braço, então volta a se aproximar do outro. Uma distância menor que antes, pois é algo entre os dois. O garoto inspira e expira, entortando a boca. “Certo.” Sussurra. “Certo...” E repete mais devagar, uma vez que é o processo sobre o significado da palavra. Pobre e belo? Quer perguntar se é algo bom, mas se delimita em: "É... russo?”, buscado das lembranças divididas. E não é estranho como faz parecer que se conhecem há mais tempo? “Eu queria... Tem como parar? Tem como controlar isso?” Ele olha para os lados e fecha um pouco mais o espaço entre ambos. A cabeça está baixa quando fala. “Podemos sentar? Ir para um canto menos cheio? Sabe quando você quer... quer explodir? Quebrar alguma coisa? Ahm... Ficar aqui, em pé, desse jeito, tá me dando essa vontade.”

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  “Não...” Exatamente., ele termina mentalmente. A negação foi tão baixa que talvez ele mesmo tenha perdido o fio da voz. Ander não sabe, mas é por isso que está ali: quer saber. Quer saber tudo que lhe é possível saber – afinal, se está preso porque tem potencial para ser um monstro, então que ele tenha conhecimento de como ser um. Que ele saiba como dar motivos para ser chamado de monstro. Ele franze o cenho e tem um leve bico irritado nos lábios como reação ao dedo em sua testa. Ele balança os ombros, pois discorda do que ele disse: não está em casa, aquela não é sua casa. E por isso quer aprender. Certo, copiar lembranças aleatórias não é nada demais, mas uma vez que sabido como e o quê procurar, bem, muitas vidas podem estar envolvidas, por que não? Talvez, seja essa a parte mais interessante de seu dom – vindo com um bônus de carga cinética ou eletrocinese.

 Ander segue Trotter como se a qualquer momento o outro pudesse correr. Provavelmente, um pouco demais (ou de menos?) o espaço entre eles, mas o garoto é assim, um tanto desconfiando para com qualquer um. É o mundo de quem é enganando por quem menos espera. O garoto umedece os lábios, assentindo como resposta à pergunta – que suspeita ser um tanto retórica. Então, o olha. “Tudo.” Ele fala simplista, mas sabe que tem que ser mais específico. “Tá. Primeiro: como eu...  pego poderes dos outros?” Ander tem as mãos nos bolsos grandes da vestimenta e uma tentativa falha de manter o queixo erguido. “Eu consigo ver isso na sua cabeça?” Ele chupa o lábio inferior enquanto pensa em mais. "Ou isso não é uma lembrança sua? A realização?"

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  Como aconteceu com você., ele diz mentalmente. Com certeza, não é uma lembrança agradável. Quer falar que sente muito, mas, mais uma vez mantém para si. Ele roça o indicador sobre o queixo, como se ajudasse a processar o quê é dito, e olha distante. Certo. Então ele também amplia? Consegue deixar ainda mais forte? A expressão não esconde a surpresa – esta que recebe como algo como: woah, maneiro. E no momento seguinte, recobra à ideia de que não é maneiro. Porque preferia estar em casa à poder fazer qualquer coisa dessas.

O garoto perde a feição pensativa de Trotter, mas pega o tom amigável que o rapaz passa a ter. Mais uma vez, mais novo volta à uma pontada de desconfiança. Depois, uma risada junto à uma bufada. “É?” Ele pergunta retoricamente. Como assim ‘não ser tão ruim’? “Valeu?” Não há muito o quê dizer, uma vez que ainda acha um tanto ofensivo. Não o culpa, entretanto, visto que ele próprio não confia em muita coisa ou pessoas. Enfim, Trotter retoma à segunda de algumas outras perguntas que virão. Ander, então, sente-se realmente aliviado, só não deixar transparecer.

Ele não sabia que tinha tal habilidade, daí, de repente, passa a fazer coisas que só via em filmes. O que pensou, então, foi que aquilo passou a acontecer porque simplesmente chegou na fase ou algo do gênero. Quando raciocinou que tinha a capacidade de pegar lembranças de com quem conversava, pensou que teria que isolar-se de todos. Para sempre. “Então, é só com pessoas com poderes?” Pergunta. “E tem como controlar? Falo sobre as lembranças que vêm em minha cabeça. Dessa outra pessoa?”

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 Que tipo de dom é aquele?  Roubar personalidades, como se não tivesse uma própria. Ele pensa o quanto ele poderia se passar por outra pessoa usando das lembranças pessoais – ou algo do tipo. Usar do sentimental, tocar no fraco com lembranças compartilhadas por somente dois. Daria certo se tentasse? Talvez por pouco, se não fosse pela aparência. Ander aperta os lábios e logo os morde internamente. Olha para a mão em seu ombro e volta o olhar para frente. “Saquei.” Diz.

É possível uma crise no momento e lugar como aquele? Porque sente como se a qualquer momento pudesse ter um acesso. Não quer ser um mutante; não quer ter tal dom - bem, chamam de dom, mas mais parece maldição. E Trotter falar de seu irmão, de sua família, não ajuda em nada. Sente os olhos arderem, bem como a área no nariz – tudo coça, aperta, porque quer chorar. Nunca teve vergonha de tal ato em si, mas na frente de outras pessoas é diferente. Mostrar-se fraco? Nunca. Não numa sociedade onde se têm prazer de usar os fracos; não na sua realidade onde sua se cobra ser o homem da família, ser forte. “Eu sei. Eu vou.” Retruca, desviando o olhar e também de qualquer toque vindo do mais velho. A lágrimas que querem descer, na verdade, são mais por raiva. Ele funga, arrastando o nó do dedo na ponta do nariz, e leva a ponta da língua para entre os lábios apertados. Sabe que sua expressão é diferente agora – talvez deixe claro que o assunto mãe e irmão não é algo que goste que saia da boca de pessoas que não conhece. Ou talvez, só não daquele jeito. “Você está aqui há muito tempo, ya? Consigo, hm, ver. Algo assim. Como é? Eu pergunto por algo e procuro isso na minha cabeça? Ou na sua?” Pausa. "O quê você sabe sobre aqui?"

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  Ele pisca freneticamente, franzindo o cenho. Suspira audível e mesmo sem erguer o rosto, levanta o olhar de soslaio. A língua umedece os lábios e ele não quer, não tem o mínimo interesse, naquelas cenas que tocam em sua cabeça. A ideia age primeiro que qualquer coisa: e se sua mãe e irmão morressem? É difícil obedecer ao mais velho quanto à engolir as lágrimas. Ainda sim, cumpre – principalmente pois é justamente Trotter quem fala. Ele aperta os lábios, forçando um sorriso soberbo. “Que ideia.” Diz. Ele aperta o nariz e leva as mãos para o quadril, de modo desleixado. Ele facilmente se concentra em Trotter, ouvindo a explicação.

“Voc- Pera. Por acaso era você forçando aquelas memórias?” Não guarda a desconfiança; também não guarda a expressão um tanto raivosa. Depois, esta ameniza. Por que sentir raiva quando o rapaz compartilha de algo que, definitivamente, o toca tanto? Ele fecha os olhos e balança a cabeça em sinal de ‘deixa para lá’. “Sinto muito.” Sussurra rouco, sincero. Logo, entretanto, ele rir com um toque de sarcasmo. “Ué. Não disse que um dia eu veria ele?” Ander prende o canto do lábio com os dentes e arquea a sobrancelha. Sempre há uma falha; sempre há saídas. Ele irá descobrir. “Qualquer coisa pode ser útil.” Retruca rápido. “Eu.. Não tenho mais perguntas, acho. Não consigo pensar em mais.” Fala. Curioso como uma conversa pôde deixa-lo diferente, de alguma forma. Quer ir embora; não quer mais ficar com Trotter e aquele sentimento que o deixa nervoso. Ele assente com a cabeça, como se aceitando tudo aquilo, e recua um passo. Começa a dizer um Obrigado, mas tenta outra coisa: “O quê você pode me falar sobre aqui?” Ele desvira o tronco, voltando a ficar de frente ao outro.