[RP] Hello Kitty, Hello Kitty!

Estava mais relaxado após uma longa conversa com o meu irmão. Era o nosso primeiro dia ali e eu estava bem nervoso, apesar de que não podia deixar isso transparecer enquanto estava perto dele. A estas horas ele já devia estar dormindo, mas eu queria conhecer melhor o local. Então, após ele adormecer, saí da nossa cela sem que ele se apercebesse e começava a investigar melhor aquela prisão. Consegui perceber rapidamente, através daqueles grupos de drogados, outros de malfeitores, outros que gostavam de se expor, que estávamos todos ali por uma razão: éramos especiais. Não sei se todos ali tinham um dom como eu, mas pelo menos sei que todos eram malucos. E com muita, mas muita falta de sexo mesmo. Porque porra, não dá para andar um metro sem ver algum pénis adentrando algum orifício... Credo.
O local onde me encontrava agora era curioso. Parecia uma estufa um pouco peculiar, parecia uma cúpula de vidro que não era completamente transparente. Isso devia-se ao facto de estar bem sujo, bem com o chão que estava imundo. Alguns vasos estavam quebrados e as plantas que estes portavam mortas do lado. Parece que ninguém cuidava disto, nem mesmo os guardas deviam regar os pequenes seres vivos frágeis que aquela estufa portava. Permiti-me entrar lá dentro, tendo em conta o quão perigoso era: já passava do horário de recolher, vários sentinelas passavam pelos corredores e verificavam se todos estavam nas suas celas, mas sinceramente, caguei. Não vou obedecer a esses idiotas, não no meu primeiro dia. Depois de eu ser espancado, talvez pondere isso.
Dentro daquela cúpula, senti-me, por momentos, fora de uma prisão. Estava tudo sujo e quase todo morto, é verdade, mas ver alguma vida por ali era bom demais. Andava por todo o espaço a passo lento, passando a minha mão levemente em todas as plantas que esta fosse encontrando, evitando as que eu sabia que eram perigosas ou que tinham espinhos. - Vocês devem estar com sede, não é? - Sorri, fingindo que elas me ouviam. Avistei um regador ali perto cheio de água. Aparentemente, alguém deve ter tentado alimentar estas doçuras, no entanto, desistiu. Fui até ele e peguei firmemente, começando a regar tudo o que me aparecesse à frente. - Não temos muita água por aqui, vamos ter que devidir, ok? - Eu não sou maluco por estar falando com plantas, sou? Ah, quem liga, não estava ali ninguém mesmo. E eu estava sentindo que estava a fazer a minha boa ação do dia. Apesar de que, claro, se alguém me encontrar ali, estou lascado.
Não demorava muito até me aperceber que o regador já estava vazio. - Merda... - Proclamei, ficando com pena de todas as outras plantas que, por agora, não seriam regadas. Mesmo que o meu trabalho ali estivesse feito, autorizei-me a ficar mais um pouco, conversando com as flores, cheirando algumas, basicamente me divertindo sozinho. E não como as outras pessoas sozinhas se divertem... Hm, me pergunto se Pietro faz isso também.
- Ah! - Exclamei até com um tom mais alto, depois me arrependendo pois poderia ter sido ouvido. Ao longe, encontrei uma torneira escondida, muito suja e enferrujada. Com o regador em mãos, vou até ela, enchendo-o com água. A mesma saía aos poucos, tendo intervalos em que parava... Aquilo não era usado faz tempo...

Post #01 // Estufa // Jackson Lahey

Estava entretido ali, sabe? Tinha acabado de chegar mas acho que já tinha achado a minha casa. Mas claro, como sempre, pode entrar algo indesejado na sua casa. Desta vez não era um mosquito, mas sim uma pessoa. Esta era tão desastrada que nem via que eu existia. Literalmente. Mas tudo ocorreu muito depressa: só tive tempo de fechar a torneira e agora tinha este ser caindo sobre mim, a minha reação foi tentar pegar nele, mas esqueci que tinha este regador gigante nas minhas mãos. Então basicamente larguei-o e ele caiu em cima de mim de qualquer jeito. O regador batia no chão e lançava a água lá contida para cima de nós. Sim, esta cena estava parecendo um clichê daqueles filmes pornográficos. Mas, produção, tenha piedade da minha alma.
- Ai meu deus... - Quando me avistei com um garoto desconhecido em cima de mim, segurando os meus braços enquanto estávamos os dois encharcados nas próprias roupas, só pude dizer isto. Agora ele parecia maluco, pedindo desculpas de uma forma constrangedora. Devia pensar que eu era algum intimidador daquela prisão, ou então estava fazendo um papel de alguém muito necessitado de sexo, "não faça nada comigo, só com o meu corpo!"... Ok, vou parar de ser mauzinho. - Não se preocupe... - Proferia enquanto suspirava, ainda processando a situação. - Eu não vou lhe fazer nada... Não se machucou, pois não? - Tentava analisar o seu corpo atentamente para ver se nada estava aberto e/ou sangrando. Ele segurava os meus braços e eu ali, numa posição errada, apenas pude afastá-lo delicadamente e levantar-me, esticando então a minha mão direita para o ajudar a levantar. - Bem, você fez uma grande porcaria... - Suspirei mais uma vez. Não, eu não conseguia evitar estar chateado. Mas algo naquele rapaz não me permitia dar um tapa na cara dele. Apenas dava vontade de ajudar, por piedade talvez. Comecei a sorrir ao ver o lado cómico da situação, esperando que ele se sentisse menos assustado igualmente.

Post #02 // Estufa // Jackson Lahey