[RP] - Titanium
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Esta RP tem Ayra Wlodzrek Ziemowit e Finn S. Bennington como protagonistas, é fechada para qualquer coadjuvante que não seja convidado por algum dos citados anteriormente. Ocorre na quadra poliesportiva a céu aberto. Passa-se às 18h, há uma leve brisa deixando a temperatura em torno de 18 graus, o céu possui algumas nuvens carregadas indicando chuva próxima. O conteúdo desta é livre.
Ayra Wlodzrek Ziemowit- Clever
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Re: [RP] - Titanium
Finn S. Bennington- Rebel
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Ficha do prisioneiro
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Re: [RP] - Titanium
Seres humanos são estranhos. Digo isso com propriedade. São verdadeiramente estranhos. São como camaleões: podem até demorar a se acostumarem em algum local, mas acabam se rendendo à comodidade do costume e às vezes se camuflam no meio em que vivem para se sentirem menos indefesos. Quanto mais tempo eu passava em Oblivion, mais eu via os camaleões que se contentavam com o pouco que recebiam aqui dentro e pouco se importavam se passariam o resto de suas vidas trancados ou não. Era assustador. Eu jamais aceitaria isso. Claro que sabia que existiam aqueles que usavam seus dons único e exclusivamente a seu favor, mas esse não era meu caso. Era injusto ter que ficar trancafiada, proibida de viver, quando eu não era verdadeiramente uma ameaça a nenhum estado ou constituição. Quando tudo o que eu queria era voltar pra minha vida. Tentar ser normal. Pena que normal eu, verdadeiramente, nunca seria.
Com o ranger da porta maciça da minha cela sendo aberta, sabia que aquela era a hora do “banho de sol”. Oblivion era uma prisão de segurança máxima para jovens com poderes sobrenaturais, mas até que eles sabiam ser bonzinhos de vez em quando, permitindo que os detentos desbravassem o local onde passariam boa parte de suas vidas. Eu estava ali há quatro meses, para mim era mais que suficiente e já queria ir embora, mas o caso é: eles eram “bonzinhos” a ponto de nos permitir sair de nossas celas por um motivo óbvio. Éramos obrigados a tomar doses e mais doses de remédios que anulavam nossos poderes, dessa forma não tínhamos muito o que fazer a não ser seguir as regras até que encontrássemos o plano perfeito e escapar dali. Tadã! Eu precisava ter paciência, mas ela estava se esgotando a cada dia.
Entediada como estava todos os dias, não tinha muito o que fazer a não ser dar uma caminhada por aí. Exatamente o que fiz. Já nos primeiros passos no corredor que dava acesso ao lado externo da prisão, pude sentir uma mudança climática evidente. Dentro da cela era morno e fora estava ameno. Desconhecia exatamente que horas eram, entretanto, ao fitar o céu, pude ter uma noção de que a noite estava mais próxima. Bem, talvez essa sensação também fosse por conta das diversas nuvens carregadas indicando chuva. Eu seria uma pessoa extremamente feliz se chovesse agora.
Fitava o céu com tamanha intensidade e curiosidade que demorou um instante para que percebesse que não estava sozinha na quadra. Pendi a cabeça para o lado, analisando a figura à minha frente por um minuto. Alto, cabelos castanho claro e maxilar anguloso. Era tudo o que eu podia notar na posição em que ele estava: olhando para cima com certa curiosidade. Eu não tinha tido contato com muitos detentos desde que chegara, com exceção do meu colega de quarto meio maluquinho, então conversar com alguém estava começando a ficar estranho pra mim. Ainda assim, não pude deixar de controlar a curiosidade que invadia-me toda vez que me aproximava de alguém. A postura marrenta do rapaz causava-me certo receio em aproximar. O máximo que posso receber é um “não quero conversar”, não é?
Dei de ombros então e ousei me aproximar, cruzando os braços sobre o peito de forma cautelosa. — Huh... Se está pensando em uma forma de fugir, por favor, compartilhe. — Falei baixo em tom de brincadeira, abrindo um sorriso gentil de canto. — Adoraria sair desse inferno o quanto antes. — Bufei. A última frase saiu sem que eu pensasse. Pela primeira vez desde que chegara a Oblivion me permiti dizer aquilo. Mais do que querer sair, eu precisava sair daquele inferno.
Com o ranger da porta maciça da minha cela sendo aberta, sabia que aquela era a hora do “banho de sol”. Oblivion era uma prisão de segurança máxima para jovens com poderes sobrenaturais, mas até que eles sabiam ser bonzinhos de vez em quando, permitindo que os detentos desbravassem o local onde passariam boa parte de suas vidas. Eu estava ali há quatro meses, para mim era mais que suficiente e já queria ir embora, mas o caso é: eles eram “bonzinhos” a ponto de nos permitir sair de nossas celas por um motivo óbvio. Éramos obrigados a tomar doses e mais doses de remédios que anulavam nossos poderes, dessa forma não tínhamos muito o que fazer a não ser seguir as regras até que encontrássemos o plano perfeito e escapar dali. Tadã! Eu precisava ter paciência, mas ela estava se esgotando a cada dia.
Entediada como estava todos os dias, não tinha muito o que fazer a não ser dar uma caminhada por aí. Exatamente o que fiz. Já nos primeiros passos no corredor que dava acesso ao lado externo da prisão, pude sentir uma mudança climática evidente. Dentro da cela era morno e fora estava ameno. Desconhecia exatamente que horas eram, entretanto, ao fitar o céu, pude ter uma noção de que a noite estava mais próxima. Bem, talvez essa sensação também fosse por conta das diversas nuvens carregadas indicando chuva. Eu seria uma pessoa extremamente feliz se chovesse agora.
Fitava o céu com tamanha intensidade e curiosidade que demorou um instante para que percebesse que não estava sozinha na quadra. Pendi a cabeça para o lado, analisando a figura à minha frente por um minuto. Alto, cabelos castanho claro e maxilar anguloso. Era tudo o que eu podia notar na posição em que ele estava: olhando para cima com certa curiosidade. Eu não tinha tido contato com muitos detentos desde que chegara, com exceção do meu colega de quarto meio maluquinho, então conversar com alguém estava começando a ficar estranho pra mim. Ainda assim, não pude deixar de controlar a curiosidade que invadia-me toda vez que me aproximava de alguém. A postura marrenta do rapaz causava-me certo receio em aproximar. O máximo que posso receber é um “não quero conversar”, não é?
Dei de ombros então e ousei me aproximar, cruzando os braços sobre o peito de forma cautelosa. — Huh... Se está pensando em uma forma de fugir, por favor, compartilhe. — Falei baixo em tom de brincadeira, abrindo um sorriso gentil de canto. — Adoraria sair desse inferno o quanto antes. — Bufei. A última frase saiu sem que eu pensasse. Pela primeira vez desde que chegara a Oblivion me permiti dizer aquilo. Mais do que querer sair, eu precisava sair daquele inferno.
606 palavras, com Finnick.
Ayra Wlodzrek Ziemowit- Clever
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Re: [RP] - Titanium
Finn S. Bennington- Rebel
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Re: [RP] - Titanium
Quando o rapaz se virou para mim, senti como se ele fizesse uma radiografia na minha alma. Não havia nada para esconder, mas confesso que a sensação de ser observada e analisada daquela forma não me agradou. O olhar do rapaz pouco se demorou, mas foi suficiente para que eu sentisse que estava despida de alma. Quando se está em um local onde todo mundo – ou a maior parte – tem um dom especial, tudo se torna suspeito. Isso me levou a questionar se aquela sensação de estar “descoberta” era o dom do rapaz ou se era apenas minha ausência de diálogo com outra pessoa que me tornou tão antissocial que me deixou, como consequência, a falta de costume de ter outros olhos em mim além do meu refletido no espelho.
Na minha época de equitação esse tipo de coisa era mais fácil. Por estar sempre em competições, era constantemente analisada. Tudo o que eu fazia sobre o cavalo era estudado, desde a minha postura até os saltos bem – ou não – executados. Se havia algo que eu sentia mais falta, além da minha família e Bran, era o hipismo. Descruzei os braços e levei a mão direita até meu pescoço, sentindo o gélido pingente de cavalo na corrente de ouro que traduzia todo meu amor por aquele esporte. E por quem havia me dado aquela pequena e eterna recordação.
Honestamente, eu esperava que o rapaz me ignorasse e saísse de perto para evitar conversa, mas, para minha surpresa, ele respondeu. Sua voz rouca, porém firme, cortou o espaço e alojou-se em meus ouvidos. Ergui os olhos para o moço, mantendo o vago sinal do sorriso que outrora havia se formado em meus lábios. — Que pena... Eu realmente esperava uma luz no fim do túnel. — Por mais que ele tivesse adotado uma postura séria, eu simplesmente não conseguia conter os pequenos lapsos de bom humor que eventualmente apareciam em minhas colocações. Lapsos esse que foram adicionados também na pergunta dele.
O loiro parecia não estar brincando, entretanto a palavra sexy soou incrivelmente cômica para mim. Senti meu rosto queimar, provavelmente as bochechas estavam tomando uma cor rubra de vergonha. Meus olhos se arregalaram sutilmente, franzi o cenho e tive que morder o lábio inferior para conter uma risada. Não estava rindo dele e sim de mim. Parecia ter passado uma eternidade desde a última vez que alguém me citou dessa forma. Sexy. Ergui as mãos com as palmas viradas para o rapaz, abanando-as negativamente, assim como minha cabeça, repetidas vezes. — Não deve estar aqui há muito tempo, certo? Porque existem várias garotas sexys por aí, e eu absolutamente estou longe de ser uma delas. — Se tinha uma coisa que eu tentava não ser era atraente. Não que eu não quisesse ser notada, mas em um lugar como aquele quanto mais invisível você for, melhor.
Seja gentil, Ayra! Demorou um segundo para que eu notasse o que havia feito: desprezado um elogio. Se minha mãe estivesse por perto, provavelmente estaria fazendo uma cara feia. — Quero dizer: muito obrigada. — Corrigi, tomando a liberdade de analisar nele o que não fora possível anteriormente. Maçãs do rosto delineadas, nariz fino, lábios estreitos e bonitos, mas os olhos era o principal atrativo do homem. Inquiridores. Buscadores de informações. Analisadores. Era inegável que ele era um tipo atraente não só dentro de uma prisão. Se fosse para defini-lo fora dali, chutaria pelo menos um bom modelo fotográfico. Tive que me concentrar na pergunta para desfocar dos olhos claros do homem. — Acredite, eu não faço ideia do que eu estou fazendo aqui. — Comecei, colocando as mãos nos bolsos traseiros da calça que usava. — Digo... Eu sei que estou aqui por ser “especial”... — Gesticulei as aspas e tornei a guardar as mãos na calça. — ... Mas não fiz nada suficientemente convincente para estar presa a não ser nascer com essa... — Parei um segundo, medindo a palavra certa para usar. — ... Anomalia? Mutação? Dom? Não sei, chame do que quiser. Isso foi tudo o que fiz: nascer. — A verdade nua e crua. Veja bem, não sou do tipo de pessoa revoltada por não ser uma humana normal, mas às vezes pensar que tudo poderia ser diferente se eu não tivesse uma genética diferenciada me causava sim uma pontada de dor. Um desejo de poder arrancar aquilo de mim. Porém, como era impossível, tudo o que me restava era conviver com o que Deus havia me dado. Por mais que eu não fosse uma pessoa que ia na igreja todos os dias, poderia ser considerada religiosa. Eu acredito sim que tudo tem um propósito, e se eu estava em Oblivion era algum plano – maléfico ou abençoado – do comandante do universo. Minha fé estava propensa a morrer a cada dia que se passava, mas eu não podia deixar de acreditar que um milagre um dia me tiraria da prisão. Porque, se não for por um milagre, eu provavelmente permaneceria a eternidade em Oblivion.
Antes que eu pudesse continuar o diálogo, senti dois pingos descerem do céu. Olhei rapidamente para cima antes de voltar a fitar o rapaz de nome desconhecido. — E lá vem ela... — Citei, imitando um daqueles engraçadinhos que gritam “lá vem a noiva” nos casamentos. A chuva estava se aproximando e eu não tinha a mínima vontade de me esconder dela. — Você, quantos bancos assaltou ou quantas pessoas matou para estar aqui? — Perguntei, usando de palpites abstratos para seguir a conversa, mantendo meus olhos desconfiados sobre o desconhecido.
Na minha época de equitação esse tipo de coisa era mais fácil. Por estar sempre em competições, era constantemente analisada. Tudo o que eu fazia sobre o cavalo era estudado, desde a minha postura até os saltos bem – ou não – executados. Se havia algo que eu sentia mais falta, além da minha família e Bran, era o hipismo. Descruzei os braços e levei a mão direita até meu pescoço, sentindo o gélido pingente de cavalo na corrente de ouro que traduzia todo meu amor por aquele esporte. E por quem havia me dado aquela pequena e eterna recordação.
Honestamente, eu esperava que o rapaz me ignorasse e saísse de perto para evitar conversa, mas, para minha surpresa, ele respondeu. Sua voz rouca, porém firme, cortou o espaço e alojou-se em meus ouvidos. Ergui os olhos para o moço, mantendo o vago sinal do sorriso que outrora havia se formado em meus lábios. — Que pena... Eu realmente esperava uma luz no fim do túnel. — Por mais que ele tivesse adotado uma postura séria, eu simplesmente não conseguia conter os pequenos lapsos de bom humor que eventualmente apareciam em minhas colocações. Lapsos esse que foram adicionados também na pergunta dele.
O loiro parecia não estar brincando, entretanto a palavra sexy soou incrivelmente cômica para mim. Senti meu rosto queimar, provavelmente as bochechas estavam tomando uma cor rubra de vergonha. Meus olhos se arregalaram sutilmente, franzi o cenho e tive que morder o lábio inferior para conter uma risada. Não estava rindo dele e sim de mim. Parecia ter passado uma eternidade desde a última vez que alguém me citou dessa forma. Sexy. Ergui as mãos com as palmas viradas para o rapaz, abanando-as negativamente, assim como minha cabeça, repetidas vezes. — Não deve estar aqui há muito tempo, certo? Porque existem várias garotas sexys por aí, e eu absolutamente estou longe de ser uma delas. — Se tinha uma coisa que eu tentava não ser era atraente. Não que eu não quisesse ser notada, mas em um lugar como aquele quanto mais invisível você for, melhor.
Seja gentil, Ayra! Demorou um segundo para que eu notasse o que havia feito: desprezado um elogio. Se minha mãe estivesse por perto, provavelmente estaria fazendo uma cara feia. — Quero dizer: muito obrigada. — Corrigi, tomando a liberdade de analisar nele o que não fora possível anteriormente. Maçãs do rosto delineadas, nariz fino, lábios estreitos e bonitos, mas os olhos era o principal atrativo do homem. Inquiridores. Buscadores de informações. Analisadores. Era inegável que ele era um tipo atraente não só dentro de uma prisão. Se fosse para defini-lo fora dali, chutaria pelo menos um bom modelo fotográfico. Tive que me concentrar na pergunta para desfocar dos olhos claros do homem. — Acredite, eu não faço ideia do que eu estou fazendo aqui. — Comecei, colocando as mãos nos bolsos traseiros da calça que usava. — Digo... Eu sei que estou aqui por ser “especial”... — Gesticulei as aspas e tornei a guardar as mãos na calça. — ... Mas não fiz nada suficientemente convincente para estar presa a não ser nascer com essa... — Parei um segundo, medindo a palavra certa para usar. — ... Anomalia? Mutação? Dom? Não sei, chame do que quiser. Isso foi tudo o que fiz: nascer. — A verdade nua e crua. Veja bem, não sou do tipo de pessoa revoltada por não ser uma humana normal, mas às vezes pensar que tudo poderia ser diferente se eu não tivesse uma genética diferenciada me causava sim uma pontada de dor. Um desejo de poder arrancar aquilo de mim. Porém, como era impossível, tudo o que me restava era conviver com o que Deus havia me dado. Por mais que eu não fosse uma pessoa que ia na igreja todos os dias, poderia ser considerada religiosa. Eu acredito sim que tudo tem um propósito, e se eu estava em Oblivion era algum plano – maléfico ou abençoado – do comandante do universo. Minha fé estava propensa a morrer a cada dia que se passava, mas eu não podia deixar de acreditar que um milagre um dia me tiraria da prisão. Porque, se não for por um milagre, eu provavelmente permaneceria a eternidade em Oblivion.
Antes que eu pudesse continuar o diálogo, senti dois pingos descerem do céu. Olhei rapidamente para cima antes de voltar a fitar o rapaz de nome desconhecido. — E lá vem ela... — Citei, imitando um daqueles engraçadinhos que gritam “lá vem a noiva” nos casamentos. A chuva estava se aproximando e eu não tinha a mínima vontade de me esconder dela. — Você, quantos bancos assaltou ou quantas pessoas matou para estar aqui? — Perguntei, usando de palpites abstratos para seguir a conversa, mantendo meus olhos desconfiados sobre o desconhecido.
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Ayra Wlodzrek Ziemowit- Clever
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Re: [RP] - Titanium
Finn S. Bennington- Rebel
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Re: [RP] - Titanium
Poucas vezes sinto arrependimento por fazer ou falar alguma coisa. Dessa vez senti. Eu tinha sido invasiva e sabia disso, mas a confirmação veio com a hesitação do rapaz em me responder. A verdade era que a maior parte dos detentos havia feito algo que prejudicasse um Estado, uma propriedade privada, uma vida ou algo do tipo. Mesmo assim eles não gostavam de serem lembrados disso e eu fiz exatamente o que não deveria com o homem. Oh, merda! Praguejei mentalmente. Ele não precisava responder. Ameacei abrir a boca para me desculpar pela pergunta quando, outra vez, fui surpreendida com a resposta que veio dele. Quando começou a falar, meus orbes seguiram os do homem e, por um momento, analisei suas palavras e a veracidade dos fatos que a mim eram narrados. Suas íris azuladas eram uma boa distração, mas, para alguém que gostava de histórias alheias e prezava a sinceridade, não havia nada melhor do que o som da voz do rapaz. Eu não tinha o dom de ler mentes para ter certeza de que havia verdade em tudo o que ele me falava, porém fui ensinada muito cedo a fazer análises. A conclusão que cheguei foi: ou era absolutamente tudo verdade, ou o rapaz era um belo – literalmente – mentiroso.
Algumas palavras me chamaram mais atenção que outras, atiçando em mim a curiosidade que muitas vezes podia ser prejudicial para o convívio com as outras pessoas. Ativista radical em defesa aos direitos e proteção aos animais e espécies ameaçadas de extinção? Oi? Arqueei uma sobrancelha e um turbilhão de pensamentos rapidamente invadiram minha mente. Ele era um tipo de super herói da natureza? Pelo que me relatou, seus crimes não passavam de defesa àqueles que não podem se defender da podridão da raça humana. Apesar de odiar a banalização da vida através de homicídio, seja qual fosse o motivo, senti certo alívio ao ver que o rapaz estava envergonhado de citar seus crimes. Não é que ele queria matar. Ele precisou matar.
— Caçadores covardes brasileiros? — Retruquei em tom de dúvida, querendo saber se era mesmo aquilo que eu estava ouvindo. Quando tive a certeza, foi como se acendessem um milhão de lanterninhas de emoção em mim e um meio sorriso foi estampado em meus lábios. Eu sabia o que eram esses caçadores covardes. No pantanal, o que mais tinha era esse tipo de gente. Tipo de gente que, a propósito, eu odiava com todas as minhas forças. Envergonhei-me por saber que eu poderia ter sido uma ativista também, mas não fui. Tive a oportunidade de salvar algumas espécies, mas na calada da noite. Nada que fosse tão grande quanto o que o garoto um dia fez.
— Bonito nome, faz jus ao dono dele. — Soltei o elogio assim que ele se apresentou, e foi quando algumas peças se juntaram. Arregalei os olhos sutilmente e abri um sorriso mais largo, abanando a cabeça negativamente para mim mesma. Como eu não tinha adivinhado antes? — Finn. Ativista. Roubador de identidade. Você é o metamorfo. — Era óbvio. Senti-me até mesmo boba por não ter notado antes. Ouvi muitos sentrys reclamarem da dificuldade de segurar um dos mais perigosos mutantes que eles já tinham capturado. Ele podia tomar diversas formas, incluindo do diretor e dos próprios guardas, além, claro, dos detentos. — Eu seguraria sua mão, mas você sabe... — Brinquei, abrindo um sorriso. — Sou Ayra. — Estendi a mão direita para ele, canalizando energia suficiente para criar um pequeno campo magnético de proteção entre nossas mãos para que Finn não pudesse verdadeiramente me tocar. A película quase invisível fez-se presente e o contato poderia causar cócegas. — Magnocinética. — Ergui a palma da mesma mão que outrora o “tocara”, intencionando a visão da película se expandindo pelos meus dedos, piscando para Finn ao mostrar meu pequeno truque. Meu corpo trabalhava como um ímã natural à toda e qualquer energia magnética. A anulação de poderes não era total em Oblivion, só o suficiente para que não fôssemos uma ameaça.
— Não há motivos para que eu não queira falar com você. Nunca matei ninguém, mas já machuquei para salvar alguns animais no pantanal. Passei os últimos sete anos no Brasil e foi a melhor época da minha vida. Todo aquele verde, todas aquelas espécies incríveis sendo ameaçadas de acabar por um bando de idiotas que só querem tirar proveito da natureza. Acredite, eu conheço pelo menos metade da sua raiva e talvez também conheça seus motivos. — Dei de ombros, rodeando o corpo de Finn para me sentar no cimento gélido da arquibancada. Toquei meu lado com a palma da mão, convidando-o a sentar. — Eu não mordo. — Sorri.
Eu deveria teme-lo, absolutamente, mas meu fascínio por sua história e sua coragem por confessar seu dom lhe deu pontos a mais em minha concepção. — Pelo que ouvi, já esteve no Brasil, certo? E, por algum acaso já esteve no pantanal? Não ria da minha curiosidade, só estou tentando encontrar mais pontos em comum entre nós. — Apesar de pedir para que ele não risse, eu mesma já estava sorrindo. Sorria por finalmente ter uma companhia, mesmo que perigosa. Sorria também, principalmente, por me lembrar dos melhores anos da minha vida em um dos melhores lugares do mundo. Só de lembrar do pantanal meu coração ardia. E outra vez tudo o que eu sentia era saudade.
Algumas palavras me chamaram mais atenção que outras, atiçando em mim a curiosidade que muitas vezes podia ser prejudicial para o convívio com as outras pessoas. Ativista radical em defesa aos direitos e proteção aos animais e espécies ameaçadas de extinção? Oi? Arqueei uma sobrancelha e um turbilhão de pensamentos rapidamente invadiram minha mente. Ele era um tipo de super herói da natureza? Pelo que me relatou, seus crimes não passavam de defesa àqueles que não podem se defender da podridão da raça humana. Apesar de odiar a banalização da vida através de homicídio, seja qual fosse o motivo, senti certo alívio ao ver que o rapaz estava envergonhado de citar seus crimes. Não é que ele queria matar. Ele precisou matar.
— Caçadores covardes brasileiros? — Retruquei em tom de dúvida, querendo saber se era mesmo aquilo que eu estava ouvindo. Quando tive a certeza, foi como se acendessem um milhão de lanterninhas de emoção em mim e um meio sorriso foi estampado em meus lábios. Eu sabia o que eram esses caçadores covardes. No pantanal, o que mais tinha era esse tipo de gente. Tipo de gente que, a propósito, eu odiava com todas as minhas forças. Envergonhei-me por saber que eu poderia ter sido uma ativista também, mas não fui. Tive a oportunidade de salvar algumas espécies, mas na calada da noite. Nada que fosse tão grande quanto o que o garoto um dia fez.
— Bonito nome, faz jus ao dono dele. — Soltei o elogio assim que ele se apresentou, e foi quando algumas peças se juntaram. Arregalei os olhos sutilmente e abri um sorriso mais largo, abanando a cabeça negativamente para mim mesma. Como eu não tinha adivinhado antes? — Finn. Ativista. Roubador de identidade. Você é o metamorfo. — Era óbvio. Senti-me até mesmo boba por não ter notado antes. Ouvi muitos sentrys reclamarem da dificuldade de segurar um dos mais perigosos mutantes que eles já tinham capturado. Ele podia tomar diversas formas, incluindo do diretor e dos próprios guardas, além, claro, dos detentos. — Eu seguraria sua mão, mas você sabe... — Brinquei, abrindo um sorriso. — Sou Ayra. — Estendi a mão direita para ele, canalizando energia suficiente para criar um pequeno campo magnético de proteção entre nossas mãos para que Finn não pudesse verdadeiramente me tocar. A película quase invisível fez-se presente e o contato poderia causar cócegas. — Magnocinética. — Ergui a palma da mesma mão que outrora o “tocara”, intencionando a visão da película se expandindo pelos meus dedos, piscando para Finn ao mostrar meu pequeno truque. Meu corpo trabalhava como um ímã natural à toda e qualquer energia magnética. A anulação de poderes não era total em Oblivion, só o suficiente para que não fôssemos uma ameaça.
— Não há motivos para que eu não queira falar com você. Nunca matei ninguém, mas já machuquei para salvar alguns animais no pantanal. Passei os últimos sete anos no Brasil e foi a melhor época da minha vida. Todo aquele verde, todas aquelas espécies incríveis sendo ameaçadas de acabar por um bando de idiotas que só querem tirar proveito da natureza. Acredite, eu conheço pelo menos metade da sua raiva e talvez também conheça seus motivos. — Dei de ombros, rodeando o corpo de Finn para me sentar no cimento gélido da arquibancada. Toquei meu lado com a palma da mão, convidando-o a sentar. — Eu não mordo. — Sorri.
Eu deveria teme-lo, absolutamente, mas meu fascínio por sua história e sua coragem por confessar seu dom lhe deu pontos a mais em minha concepção. — Pelo que ouvi, já esteve no Brasil, certo? E, por algum acaso já esteve no pantanal? Não ria da minha curiosidade, só estou tentando encontrar mais pontos em comum entre nós. — Apesar de pedir para que ele não risse, eu mesma já estava sorrindo. Sorria por finalmente ter uma companhia, mesmo que perigosa. Sorria também, principalmente, por me lembrar dos melhores anos da minha vida em um dos melhores lugares do mundo. Só de lembrar do pantanal meu coração ardia. E outra vez tudo o que eu sentia era saudade.
881 palavras, com Finnick.
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Re: [RP] - Titanium
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Re: [RP] - Titanium
Não pude deixar de refletir o comentário do metamorfo sobre a “mordida”. Seria no mínimo interessante poder se transformar em diversas cascas. Mas a questão era: ele se transformava fisicamente e ainda continuava com pensamentos humanos ou a mudança era completa, tanto física quanto psíquica? E como seria vincular os pensamentos humanos com animalescos? Como seria vincular os pensamentos próprios com de outro humano? Ou o metamorfo era incapaz de “roubar” memórias? Eram perguntas demais que eu não sabia se estava preparada para as respostas, tampouco sabia se Finn trataria bem esse assunto. Apesar de ele parecer confortável perto de mim, não queria arriscar ativar sua fúria. Odiaria perder aqueles momentos de paz tão preciosos por puro capricho e curiosidade.
Outra vez um sorriso se apossou de meus lábios quando ouvi-o comentar sobre “garotas como eu” no pantanal. Honestamente, não sabia o que ele via de tão diferente em mim, mas estava começando a gostar de não ser apenas mais uma para alguém quando em Oblivion eu era apenas mais uma mutante, mais uma garota, mais um experimento. Como suspeitava, o rapaz realmente tinha uma passagem pelo Brasil, mas não tão longa quanto a minha. Um suspiro pesado escapou por entre meus lábios ao pensar que poderia ter aproveitado muito mais daquele país maravilhoso. Uni minhas mãos com os dedos entrelaçados e apoiei o antebraço nas coxas, olhando para o vazio. — Não pude conhecer a Amazônia, mas, pelas fotos e documentários que assisti, imagino que lá seja um lugar tão belo e tão explorado quanto de onde eu vim. Talvez até mais, pela maior diversidade de árvores. — Comecei a falar, sentindo o peso da saudade.
— Se você morasse lá disfarçado de jacaré, provavelmente me conheceria mais do que minha própria mãe. Era do tipo que conversava com os animais como se eles me entendessem. Mesmo que fosse perigoso invadir o habitat deles, quantas vezes já me banhei naqueles rios... — Comentei, resgatando seu comentário anterior, deixando a frase perdurar e barrando a palavra "nua" antes que saísse e causasse constrangimento. Abaixei os olhos, fitando meus pés enquanto fragmentos de recordações passavam como um filme. Outro suspiro e o aperto tão conhecido em meu peito se alastrou ainda mais. Pude sentir um chuvisco se iniciar, mas não me incomodei em sair do lugar em que estava. Apesar do rapaz ser um estranho para mim ainda, eu sentia que havia mais ligação entre nós do que era possível imaginar. — Eu sinto saudade... — Minha voz saiu baixa, quase um sussurro. Virei meu rosto para fitar o metamorfo, permitindo que meus ombros caíssem. — ... Saudade de tudo. Do verde. Dos rios. Das espécies raras. Dos banhos em cachoeiras, de cavalgar sem me preocupar se estava sendo observada, do nascer e o morrer do sol colorindo o céu todos os dias com uma cor diferente e etecetera, etecetera e tal. — Meu sorriso era largo, sincero, notoriamente de satisfação. — Minha vida é um inferno agora, mas a esperança de poder voltar para o meu pedacinho do céu é o que me faz respirar todos os dias. Sabe de uma coisa, Finn? — Arqueei uma sobrancelha inquiridora, adotando então uma postura ereta. — A esperança é o antídoto para o medo. — Concluí, lançando uma piscadela para ele. Era a primeira vez que eu me abria dessa forma para alguém. Esperava, de todo coração, não ter feito a escolha errada.
Outra vez um sorriso se apossou de meus lábios quando ouvi-o comentar sobre “garotas como eu” no pantanal. Honestamente, não sabia o que ele via de tão diferente em mim, mas estava começando a gostar de não ser apenas mais uma para alguém quando em Oblivion eu era apenas mais uma mutante, mais uma garota, mais um experimento. Como suspeitava, o rapaz realmente tinha uma passagem pelo Brasil, mas não tão longa quanto a minha. Um suspiro pesado escapou por entre meus lábios ao pensar que poderia ter aproveitado muito mais daquele país maravilhoso. Uni minhas mãos com os dedos entrelaçados e apoiei o antebraço nas coxas, olhando para o vazio. — Não pude conhecer a Amazônia, mas, pelas fotos e documentários que assisti, imagino que lá seja um lugar tão belo e tão explorado quanto de onde eu vim. Talvez até mais, pela maior diversidade de árvores. — Comecei a falar, sentindo o peso da saudade.
— Se você morasse lá disfarçado de jacaré, provavelmente me conheceria mais do que minha própria mãe. Era do tipo que conversava com os animais como se eles me entendessem. Mesmo que fosse perigoso invadir o habitat deles, quantas vezes já me banhei naqueles rios... — Comentei, resgatando seu comentário anterior, deixando a frase perdurar e barrando a palavra "nua" antes que saísse e causasse constrangimento. Abaixei os olhos, fitando meus pés enquanto fragmentos de recordações passavam como um filme. Outro suspiro e o aperto tão conhecido em meu peito se alastrou ainda mais. Pude sentir um chuvisco se iniciar, mas não me incomodei em sair do lugar em que estava. Apesar do rapaz ser um estranho para mim ainda, eu sentia que havia mais ligação entre nós do que era possível imaginar. — Eu sinto saudade... — Minha voz saiu baixa, quase um sussurro. Virei meu rosto para fitar o metamorfo, permitindo que meus ombros caíssem. — ... Saudade de tudo. Do verde. Dos rios. Das espécies raras. Dos banhos em cachoeiras, de cavalgar sem me preocupar se estava sendo observada, do nascer e o morrer do sol colorindo o céu todos os dias com uma cor diferente e etecetera, etecetera e tal. — Meu sorriso era largo, sincero, notoriamente de satisfação. — Minha vida é um inferno agora, mas a esperança de poder voltar para o meu pedacinho do céu é o que me faz respirar todos os dias. Sabe de uma coisa, Finn? — Arqueei uma sobrancelha inquiridora, adotando então uma postura ereta. — A esperança é o antídoto para o medo. — Concluí, lançando uma piscadela para ele. Era a primeira vez que eu me abria dessa forma para alguém. Esperava, de todo coração, não ter feito a escolha errada.
552 palavras, com Finnick.
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Você tem razão. Eu tenho? Não queria que minhas palavras soassem como uma frase feita, eu não gostava de frases feitas, mas havia acabado de criar uma que pareceu causar efeito em Finn. Disso eu gostei. Cheguei até a estufar o peito por orgulho de mim mesma. Era errado gostar de motivar alguém? Eu não sabia, mas gostava da sensação. As palavras seguintes proferidas pelo metamorfo prenderam completamente minha atenção. Minha atenção estava focada nos lábios finos e avermelhados de Finn, na forma com que ele “enchia a boca” para dizer que nossos dons eram dádivas. Fato incontestável. Mas, sua última frase foi a que mais me afetou. Saiu em um tom baixo, quase como uma prece. Era um desejo escondido sob um lamento.
Acenei afirmativamente uma vez, passando a língua por meus próprios lábios para umedecê-los. Senti o gosto de chuva assim que o fiz e olhei para cima, deixando que as palavras de Finn perdurassem por mais algum tempo. O que era ouvido por ambos era apenas o barulho suave da chuva engrossando contra o cimento da quadra gasta. Fechei os olhos, apreciando a sensação dos pingos tocarem meu rosto como uma carícia da natureza. — Não vamos ficar trancados aqui por muito tempo, Finn. Eu acredito nisso. Eles, sejam lá quem for, vão precisar de nós para fazer as vontades deles fora daqui e essa será nossa hora de ir embora. — Olhei para ele uma vez mais, dessa vez virando o corpo todo para seu lado. Cruzei as pernas sob mim em forma de borboleta e deixei os antebraços escorados nas coxas. — Quando sairmos, quero que vá ao pantanal comigo. Tenho absoluta certeza que vai se apaixonar pelas raridades que encontramos por lá. Claro, se não tiver outro lugar para ir. — Dei de ombros. Provavelmente ele teria um lugar para voltar, ou alguém por quem voltar, ou qual seria a motivação de viver de Finn? Essa era uma pergunta que eu jamais faria. Era como cutucar uma ferida profunda.
— Mas, por hora, faça-me um favor? — Arqueei uma sobrancelha e esfreguei as palmas das minhas mãos uma nas outra, logo estalando os dedos de excitação. — Transforme-se? Uma parte do corpo, que seja, não precisa ser inteiro. Em um animal, ou sei lá, em um humano. — Soltei uma risada, passando a mão pelos cabelos úmidos por conta da chuva. — Eu não sei, escolha. Apenas... Me permita ver? — Escorei o cotovelo na perna e o queixo nas mãos unidas, fitando-o ansiosamente. Não queria que ele pensasse que eu pensava que ele era uma experiência. Confuso, sim. Eu estava apenas... Eu não sei. Encantada, talvez.
Acenei afirmativamente uma vez, passando a língua por meus próprios lábios para umedecê-los. Senti o gosto de chuva assim que o fiz e olhei para cima, deixando que as palavras de Finn perdurassem por mais algum tempo. O que era ouvido por ambos era apenas o barulho suave da chuva engrossando contra o cimento da quadra gasta. Fechei os olhos, apreciando a sensação dos pingos tocarem meu rosto como uma carícia da natureza. — Não vamos ficar trancados aqui por muito tempo, Finn. Eu acredito nisso. Eles, sejam lá quem for, vão precisar de nós para fazer as vontades deles fora daqui e essa será nossa hora de ir embora. — Olhei para ele uma vez mais, dessa vez virando o corpo todo para seu lado. Cruzei as pernas sob mim em forma de borboleta e deixei os antebraços escorados nas coxas. — Quando sairmos, quero que vá ao pantanal comigo. Tenho absoluta certeza que vai se apaixonar pelas raridades que encontramos por lá. Claro, se não tiver outro lugar para ir. — Dei de ombros. Provavelmente ele teria um lugar para voltar, ou alguém por quem voltar, ou qual seria a motivação de viver de Finn? Essa era uma pergunta que eu jamais faria. Era como cutucar uma ferida profunda.
— Mas, por hora, faça-me um favor? — Arqueei uma sobrancelha e esfreguei as palmas das minhas mãos uma nas outra, logo estalando os dedos de excitação. — Transforme-se? Uma parte do corpo, que seja, não precisa ser inteiro. Em um animal, ou sei lá, em um humano. — Soltei uma risada, passando a mão pelos cabelos úmidos por conta da chuva. — Eu não sei, escolha. Apenas... Me permita ver? — Escorei o cotovelo na perna e o queixo nas mãos unidas, fitando-o ansiosamente. Não queria que ele pensasse que eu pensava que ele era uma experiência. Confuso, sim. Eu estava apenas... Eu não sei. Encantada, talvez.
433 palavras, com Finnick.
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